sábado, 8 de dezembro de 2012

Cibercultura...



A obra Cibercultura de Pierre Lévi resulta de um reflexão profunda sobre  o papel da Internet no contexto social atual.
Para o autor a Internet é uma revolução…

Reflexão sobre a obra


Na primeira parte o autor reflete sobre o que é a inteligência coletiva, nomeadamente, numa sociedade marcada pela tecnologia, mas não dominada ou determinada por ela. Esta reflexão conduz a uma definição do espaço virtual desmaterializado ainda que representativo da realidade. Esta virtualização assenta em conceções diversas, a saber: a do senso comum, a do sentido filosófico, e a de uma componente técnica resultante da relação direta com o instrumento tecnológico e com a informação.

O autor apresenta depois uma metáfora com duas curiosas perspetivas de utilização da web: como caça e como pilhagem. Enquanto caça, o utilizador procura a obtenção de informações precisas; como pilhagem, apresenta um comportamento errático recolhendo aqui e ali, numa navegação volátil de página em página, de site em site. 

Uma vez definidos os componentes do ambiente, o autor define o próprio ambiente, o ciberespaço: espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial entre computadores e informação online. O ciberespaço é um todo, constituído por todos os recursos e ferramentas disponíveis e é, antes de mais, uma condição e não um determinismo, isto é: não se constitui como causa em si mesmo, pois a sua a verdadeira razão reside no indivíduo ou grupo que o usa como meio.

A ideia central da segunda parte da obra Cibercultura assenta no conceito da universalidade sem totalidade. A universalidade de acesso ao ciberespaço faz com que todos tenham, em potência, acesso á rede, desde que disponham de recursos informáticos para tal. A comunicação faz-se de tal forma que o utilizador pode ser simultaneamente autor e leitor, esteja onde estiver. Neste contexto, o autor reflete nas potencialidades da partilha como mecanismo criativo de formas novas e antigas de arte assentes em novas formas e estilos de apropriação do conhecimento. Veja-se a reflexão do autor sobre as criações ciberculturais:


Nos capítulos A nova relação com o saber e As mutações da educação e a economia do saber Lévi reforça a ideia de ser impossível abraçar a totalidade da informação disponível e de como as novas tecnologias intelectuais, num contexto virtual flexível e em tempo real, podem favorecer a construção do conhecimento.

O autor reflete sobre o conhecimento adquirido no sistema de aprendizagem convencional que está, regra geral, já desatualizado no fim do ciclo de aprendizagem e ainda mais após a entrada no mercado de trabalho.


Esta necessidade constante e vertiginosa de atualização encontra no advento do ciberespaço um aliado na construção, adaptação, reflexão e, claro está, de atualização do saber. Diz o autor:

[...] o espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores. Essa definição inclui o conjunto dos sistemas de comunicação eletrônicos (aí incluídos os conjuntos de redes hertzianas e telefônicas clássicas), na medida em que transmitem informações. Consiste de uma realidade multidirecional, artificial ou virtual incorporada a uma rede global, sustentada por computadores que funcionam como meios de geração de acesso. Lévi (2009) p.92

Lévi é, sem dúvida, um visionário da necessidade de adaptação dos curricula escolares às exigências da sociedade atual, num novo paradigma de relação com o saber e o conhecimento.

No terceiro capítulo da sua obra o autor convida-nos ao debate sobre os problemas do ciberespaço desconhecido. Trata-se de uma reflexão crítica sobre questões como o mercado absoluto e a crítica que surge de diferentes sectores, nomeadamente, quanto aos riscos inerentes à utilização abusiva de um bem público para fins mercantilistas, dominadores, elitistas e potenciadores de exclusão social. Se é fácil ficar de fora por motivos económicos, consubstanciados numa limitação de acesso à rede, por falta de meios, também é verdade que nunca na história, como agora, se tornou tão fácil ter acesso direto à informação e ao conhecimento.

Lévi revela-se um otimista que acredita que a utilização das novas tecnologias digitais definirá o futuro de todos os campos da cultura humana, numa escala mundial, sem fronteiras físicas.
 

LÉVY, Pierre.(2009) Cibercultura. (Trad. Carlos Irineu da Costa), São Paulo, Editora 34 disponível em http://pt.scribd.com/doc/11036046/Cibercultura-Pierre-Levy

Vídeos (excertos) retirados de uma série de documentários intitulados As Formas do Saber – Pierre Lévy, produzidos pela Sesctv de São Paulo – Brasil, disponíveis em http://www.youtube.com/watch?v=3PoGmCuG_kc

Propostas de conteúdos exemplificativos de cibercultura

1ª Proposta
Como ilustração do que pode significar ciberespaço decidi apresentar o Secondlife
No vídeo seguinte uma criança  apresenta num filme do youtube este mundo virtual...

Trata-se de um jogo?
De uma comunidade Virtual?
De um local de encontro(s)?
Uma oportunidade de negócio(s)?

Julgo que tudo isso junto! 
É um exemplo último da criação de um mundo virtual, colaborativo e de acesso livre!


2ª Proposta
De entre as muitas formas de como a Cibercultura tem vindo a transformar o acesso à cultura, à criação, divulgação e preservação do conhecimento, proponho o visionamento de uma das muitas propostas de conferências denominadas TEDtalks,  visionadas diariamente por milhões de internautas.

Nesta conferência TED Luis Von Ahn convida-nos a conheçer o que se esconde por detrás das famosas Captchas necessárias quando precisamos de nos autenticar num site. É surpreendente!




3ª Proposta
A minha terceira proposta resulta da conferência TED referida acima.

Apresento-vos o Duolingo

 

Propus a um conjunto de alunos que se experimentassem o duolingo e me dissessem o que achavam desta ferramenta colaborativa para a aprendizagem do inglês. 

Todas as opiniões foram de aprovação e entusiasmo… 

Fiquei de novo a pensar sobre estratégias de ensino da língua e de como incorporar no contexto tradicional do ensino das línguas estrangeiras (em contexto presencial), este admirável mundo novo onde a aprendizagem se pode fazer num contexto criativo, colaborativo, esteticamente muito agradável.

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