terça-feira, 30 de abril de 2013

Recursos Educacionais Abertos - Bibliografia Anotada


Os Recursos Educacionais Abertos (REA) são recursos disponibilizados gratuitamente ou a baixo custo, destinados ao ensino, à aprendizagem  ou à pesquisa e investigação. Como REA podemos considerar livros, textos, cursos e outros conteúdos ou aplicações de aprendizagem sejam jogos, questionários, guias, instrumentos de avaliação, ou qualquer outro material didático. Os REA são disponibilizados sob uma licença que explicita como podem ser usados: Alguns só podem ser utilizados na sua forma original, noutras situações, os recursos podem ser modificados e redistribuídos. Os REA vieram expandir o acesso a recursos educacionais a um número mais alargado de aprendentes, professores e investigadores. Contêm em si um potencial fantástico de estimular a inovação pedagógica, pela introdução de novas alternativas para um ensino que se quer mais  eficaz.

Após uma pesquisa cuidada, selecionei dois documentos. O primeiro constitui-se como uma introdução ao conceito de REA, permitindo a compreensão do que são, para que servem e a quem se destinam.

O segundo documento problematiza o uso das REA num contexto formal de Educação. Resulta de uma reflexão sobre como disponibilizar recursos em ambientes de ensino tradicionalmente fechados, onde para a utilização dos REA se torna necessária a criação de novos contextos de Práticas Educacionais abertas. A escolha ficou a dever-se ao facto de ter sido o meu primeiro contacto com os REA, aquando da minha passagem pela Universidade Católica de Lisboa.

7 Things You Should Know About Open Educational Resources



A associação EDUCASE construiu um conjunto de documentos com os títulos "The 7 Things You Should Know About..." (7 coisas que deveria saber sobre…) no âmbito do seu projecto Learning Initiative.

“7 Things You Should Know About Open Educational Resources”  fornece de forma clara e concisa informação sobre os REA:
1. O que são?
2. Como funcionam?
3. Quem os utiliza?
4. Porque são importantes?
5. Quais os pontos fracos?
6. Quais as perspetivas futuras?
7. Quais as implicações para o ensino e aprendizagem?

A ideia central do documentos é sumarizada de forma precisa na sua conclusão, que recupero:

Open resources are one way to address the rising costs of education, and they also have the potential to facilitate new styles of teaching and learning. Giving faculty the ability to pick and choose the individual resources they want to use and to modify those resources and “assemble” them in unique ways promises greater diversity of learning environments.

Open Educational Quality Initiative Guide


  • Open Educational Quality Initiative, OEP Guide. [Site]. Disponível em www.oer-quality.org/publications/guide
O meu primeiro contacto com os REA deu-se em 2010, quando na Universidade Católica Portuguesa surgiu o projecto OPAL - Open Quality Initiative (2010-2012) uma parceria com a UNESCO - UN Educational, Scientific and Cultural Organization (França), o International Council for Open and Distance Education (Noruega), o European Foundation for Quality in E-Learning (Bélgica) e várias instituições de Ensino Superior nomeadamente: The Open University (Reino Unido), Aalto University (Finlândia), Universidade Católica Portuguesa e University of Duisburg-Essen (Alemanha), líderes do projecto.


Tratou-se de um projecto europeu, no âmbito do Lifelong Learning Programme. Pretendia melhorar a eficácia do processo de ensino e da aprendizagem no contexto universitário e no ensino de adultos. O projecto versava também o conceito de Práticas Educacionais Abertas (PEA) e procurva definir  indicadores de qualidade e ferramentas de auto-avaliação ao serviço do processo de ensino aprendizagem que envolvessem todos os profissionais e alunos, bem como a própria instituição de Ensino.  A valorização dos REA para a persecução destes objetivos levou a que no âmbito da OPAL fossem premiados como "Campeões Internacionais" aqueles que se destacaram na promoção de Práticas Educacionais Abertas.

Como refere o  Open Educational Quality Initiative Guide, a maioria das iniciativas de REA são baseadas unicamente na potenciação da criação, acesso e utilização de recursos educativos abertos, mas a maioria dessas iniciativas esquece a necessária ajuda que professores, investigadores e instituições necessitam para desenvolver Práticas Educativas Abertas, com base nos recursos disponibilizados e que são fundamentais para garantir a plena implementação do uso de REAs.

O guia é composto por três partes:

Guidelines (Diretrizes): Onde se introduz o conceito de Práticas Educacionais Abertas (PEA) e é fornecido um guia sobre como melhorar essas PEAs. Simultãneamente, são apresentados três instrumentos para avaliar o nível de maturidade das organizações em relação à sua adoção de PEAs

Landscape (conceito): este documento apresenta e define o conceito de Práticas Educacionais Abertas.

List of Elements (Lista de elementos): elementos que, juntos, compõem as melhores práticas na implementação de práticas educacionais abertos (OEP).

Toda a informação está disponível em: http://www.oer-quality.org. O Relatório final está também disponível: Beyond OER. Shifting Focus to Open Educational Practices


domingo, 24 de fevereiro de 2013

Reflexão final PPeL6



Receava à partida que o conteúdo a ser alvo de estudo na disciplina de PPeL pudesse cingir-se apenas à componente teórica das abordagem pedagógicas e da necessária adaptação e actualização para o contexto online.
A abordagem pela perspetiva do contrato de Aprendizagem foi logo uma surpresa, nomeadamente pelo cariz prático das diferentes tarefas, nomeadamente a participação no MOOC.
O percurso realizado levou-me pela revisitação das teorias de aprendizagem, recuperei do sótão os meus velhos livros e apontamentos de pedagogia, alguns em caixote desde o tempo da licenciatura. Revisitei Pavlov, Piaget, Chomsky e ‘conheci’ George Siemens e aprendi a mais valia de aprendermos conetivamente… Percebi que era hora de me adaptar:

O estudo sobre o que é, para que serve e o entendimento sobre as mais valias de definir o meu PLE, permitiram-me a construção de conhecimento sobre a forma como interajo com os que me rodeiam online, com os recursos, com as ferramentas. A consciência e a definição do PLE conduziram-me, simultaneamente, a novas ferramentas que se tornaram desde então indispensáveis, nomeadamente: Scoop.it, Mendeley e Symbaloo.


A consciência dos outros como peças ou nódulos de um processo de aprendizagem enraizaram-se com o estudo prévio sobre o fenómeno dos MOOC. Confesso que esperava a experiência da participação no MOOC com alguma espectativa. O facto de não me ter sido possível acompanhar as exigências e ritmo frenético das atividades diárias, não me fez desacreditar a potencialidade deste tipo de curso.
O sonho partilhado no início do MOOC mantem-se e outros MOOC surgirão!


A Actividade alternativa revelou-se um desafio aliciante, pena coincidir com uma fase de enorme exigência profissional e de uma sobrecarga de trabalho que me roubou tempo físico e mental para me dedicar mais.
Decidi construir um recurso online. Chamei-lhe Speak it too. Era a resposta possível ao sonho partilhado no MOOC.

Nesta fase valeram todos os ensinamentos e a ‘bagagem’ adquirida com novos recursos e ferramentas.
Construir algo que fosse exequível era o ponto de partida e a certeza de que poderei testar o que preparei alentou-me nas silenciosas horas da noite de conceção e estruturação do projecto.
Aquém do que pretendia fica a minha participação nos fóruns e sobretudo a minha interação com os restantes colegas de curso. Pouca disponibilidade não será resposta suficiente, a 'social network' é ainda um processo em que estou a evoluir!
Do professor José Mota sempre senti disponibilidade e a sua participação ativa, amiga, solicita e rápida foram fatores constantes e decisivos para  a minha aprendizagem. Estou-lhe grato pelas centenas de posts com respostas a dúvidas de outros que também eram as minhas. A qualidade do apoio é assinalável e fez-me perceber de forma prática o que é e qual é o papel de um professor online.
A forma como decorreu esta Unidade Curricular marca de forma positiva a minha participação no MPEL06 e as aprendizagens feitas, a minha atividade futura neste curso e na minha vida profissional.